Constam nos arquivos históricos de nossa terra que mesmo depois da proibição do tráfico negreiro, em 1851, entraram pelo Rio São Francisco aproximadamente 400 escravos. Como desde 1820 a economia desta região baseava-se no cultivo extenso da cana-de-açúcar sendo a exploração fundamentada no trabalho escravo e na monocultura, desenvolvendo assim uma sociedade desigual marcada pela concentração do poder da minoria.
Em 1854, segundo estatística da população livre e escrava da província de Sergipe, a região brejo-grandense era onde se concentrava o maior número de escravos, chegando a ter uma média superior a 20% das demais delegacias da comarca de Vila Nova, a atual Neópolis, possuindo uma média maior em relação à província.
Em 1854, segundo estatística da população livre e escrava da província de Sergipe, a região brejo-grandense era onde se concentrava o maior número de escravos, chegando a ter uma média superior a 20% das demais delegacias da comarca de Vila Nova, a atual Neópolis, possuindo uma média maior em relação à província.
Porcentagem dos escravos no ano de 1854 na região do Baixo São Francisco:
Brejo Grande 30%
Brejo Grande 30%
Vila Nova 09%
Porto da Folha 11%
Propriá 12%
O “Rio das Borboletas”, o então São Francisco, sempre esteve presente na história de Brejo Grande, mas, apesar desse fator, o município teve uma economia baseada no trabalho escravo, chegando a ter mais de 20 engenhos.
A grande atividade econômica inicial era o cultivo da cana de açúcar. Entre 1815 e 1825 havia em Brejo Grande nove engenhos que fabricavam açúcar e cachaça. Como o café e a cana de açúcar eram a base da economia do país naquela época, o número de engenhos cresceu desordenadamente no município de Brejo Grande. A seguir, descreveremos seus respectivos nomes e proprietários:
A grande atividade econômica inicial era o cultivo da cana de açúcar. Entre 1815 e 1825 havia em Brejo Grande nove engenhos que fabricavam açúcar e cachaça. Como o café e a cana de açúcar eram a base da economia do país naquela época, o número de engenhos cresceu desordenadamente no município de Brejo Grande. A seguir, descreveremos seus respectivos nomes e proprietários:
- Engenho Canto Escuro: Construído por Dr. Enéas Ferreira ao lado de sua casa, ganhando esse nome por causa das nuvens de cor cinza que se formavam sempre naquela região;
- Engenho Alto dos Pinheiros: Construído por Antônio Ferreira, o maior latifundiário da época, que depois de dar um golpe baixo em seus compatriotas adquiriu quase toda a terra do município. Esse homem tinha três filhas e era costume dar a cada uma delas como dote, após casá-la, certa quantidade de terra com um engenho e seus escravos;
- Engenho Capivara: Construído por Alfredo Martins;
- Engenho Bandarra: Construído por João Alves Tojal;
- Engenho Paraúna: Este situado próximo ao porto histórico do canal das Paraúnas, originando assim o nome do engenho. Era de propriedade de Manoel Machado de Lemos;
- Engenho Alto dos Oitizeiros: Construído pelas famílias Cavalcante e Carvalho é também conhecido como Boa Vista;
- Engenho Taquareira: Era situado à margem direita do Rio São Francisco antes de chegar ao povoado Resina, sendo de propriedade de Epunima de Góes Tojal;
- Engenho Samambaia: Este foi construído separado da “casa grande” por um riacho, sendo interligado por uma ponte;
- Engenho Ilha do Algodão: Tendo como proprietário Manoel Ferreira;
- Engenho Saco: Construído pela família Leite e Serra;
- Engenho dos Queimados: Sem registro histórico, como quase todos os outros;
- Engenho Mundo Novo: Localizado à margem direita do Rio São Francisco;
- Engenho Coitezinho: Situado à margem direita do Rio São Francisco; foi construído por Adolfo Izaias;
- Engenho Alto das Cajazeiras: Construído pela família Melício, próximo ao porto central onde tudo entrava e saía. Era também denominado Engenho da Cruz, hoje estaria localizado perto da feira e do posto de saúde.
- Engenho Santa Cruz: Construído pelo Dr. Manoel de Lemos Souza Machado, que mais tarde foi sepultado na capela deste engenho;
- Engenho Cajuhype: Construído por Manoel de Lemos Souza Machado, depois habitado pelo Padre Zeca e agora por seu filho, o médico Benito da Silva. Foi o último dos engenhos a parar de funcionar, isso porque, depois da abolição, passou a funcionar como alambique;
- Engenho Mata-Boi e Engenho Papa-Ovelha: Ambos citados por Jorge de Lima em seu poema “Rio São Francisco”;
- Engenho Conceição: Pertencia a Francisco Alves Tojal;
- Engenho Brejo Grande: Construído por Antônio Ferreira;
- Engenho Pipiri e Engenho Mangabeira: Ambos situados um pouco distantes do rio e até mesmo dos riachos, rompendo assim o ponto estratégico que era usado em todos os demais engenhos que tinha como referência o Rio São Francisco e seus afluentes;
- Engenho Santa Adelaide: Construído por João Alves Tojal;
- Engenho São Rafael: Construído por Pedro Martins de Góes.
Sede do antigo Engenho Cajuhype
Máquina que funcionava a vapor. Chegou ao
engenho cajuhype 15 anos antes da abolição.
Era usado na produção do açúcar.
Eram colocadas por intermédio de uma
corrente nas pernas dos negros que
desobedeciam a seu senhor, como forma de castigo.